terça-feira, 1 de julho de 2008

COMEMORAÇÃO ANIVERSÁRIA DA VILA DA LONGRA | FELGUEIRAS

Como integrante no tempo de sensibilidade da região, ocorre presentemente, no calendário deste início de verão, mais um ciclo comemorativo da elevação da Longra a vila. Algo que, através de algumas realizações, ao longo de alguns dias, traz à lembrança esse acontecimento registado há já cinco anos.


Espaço na primeira página da edição de 04-07-2003 do jornal Semanário de Felgueiras, em cujas páginas centrais foi dedicado um suplemento sobre a nova realidade… da Longra já vila.

Este ano, na passagem de tal data histórica, o dia próprio, curiosamente, coincide numa terça-feira também como há precisamente cinco anos. Facto que mereceria um especial acto para assinalar o respectivo aniversário, pelo menos na senda do que foi feito nos primeiros anos, fazendo parte do programa festivo uma sessão solene alusiva no abrir das comemorações e como cabeça de cartaz. Como, até, uma exposição documental ilustrativa, aberta ao público, por exemplo (tal como ainda há um ano foi sugerido pelo autor destas notas, com disponibilidade para empréstimo de material alusivo, porém sem resposta de interesse até ao presente)… Mesmo porque um festejo do género, como quando algo ou alguém faz anos, ao que se diz em gíria popular, deve ter sinal maior no dia correspondente.

Sendo naturalmente a Vila da Longra de todos a quem diz respeito e quantos que com seu sentimento se identificam, importa, contudo, que com mais ou menos solenidade, sendo ou não dada importância ao passado, dentro do imaginário colectivo continua a ser lembrada a data, desde que aconteceu a feliz ocorrência, mantendo-se sentido desta já tradição anual na identidade local.

Feira (antiga) da Longra, no baldio do Sambeito – que durou desde meados do séc. XIX até à segunda década do séc. XX. = Foto integrante do livro Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras =

Aspecto da Longra em tempo da antiga festa anual do S. João, num pormenor visual do local junto ao também antigo colégio (onde mais tarde funcionou a farmácia do Arrochela e sucessores Dr. Abreu, Manuel Abreu, etc. e actualmente está a IMO) = foto pertencente ao livro Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras =

Largo da Longra – Aspecto do centro da antiga povoação, na década dos anos 40 – séc. XX (foto integrante dos livros: “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, ed. 1997; e “Elevação da Longra a Vila”, ed. 2003)


Largo da Longra – vista da sua fisionomia em finais da década dos anos 60, ainda com o emblemático pinheiro (depois derrubado em 1982), no triângulo de confluência das estradas, também com a delimitação central conforme existiu durante grande parte do séc. XX, numa visão para a casa da antiga Loja da Ramadinha. (Foto integrante do livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”).


Está pois de parabéns, por conseguinte, a Longra, localidade que congrega amplos sentimentos, como terra de afectos comuns. A actual vila, cujo centro urbano era antiga povoação representativa de identidade comum da região envolvente.


Aliás, conforme se apercebe por documentação antiga e reportagens publicistas, a Longra em épocas passadas era deveras desenvolvida, merecendo já o estatuto que foi sendo adiado, ao longo de anos. Das localidades em volta, nesses tempos de antanho, não era qualquer terra que tinha, como a Longra já possuía, uma feira, um colégio-externato, fábricas industriais, estação ferroviária (do famoso comboio do vale do Sousa), comércio abundante, casas de pasto (como antes se chamava a estabelecimentos de restauração), estação de correio, associações culturais e recreativas, um jornal local, mais Casa do Povo, Assembleia social, recintos desportivos, equipas de futebol e basquetebol, grupos de teatro e até uma tuna musical, lojas de vinhos e petiscos, etc., etc.

Como tal, sabendo-se que a elevação a vila foi aspiração antiga, como entretanto foi e está historiado, apraz recordar algo do passado, sem recuar mais aos tempos anteriores, mas simplesmente ao dia efectivo e seguintes, dos mais sentidos festejos acontecidos, da elevação da Longra a vila.


Tarde de terça-feira dia um de Julho de 2003, em Lisboa – Sala do Parlamento, durante a sessão da Assembleia da República em que foi aprovada a elevação da Longra a vila. Em cujos varandins (de um dos quais foi captada esta imagem inesquecível) estavam a assistir diversas pessoas da Longra e os corações mais entusiastas e interessados bateram forte nesse momento...


01-7.2003 - Sala do Senado, no edifício da A. R., onde ficaram a assistir, por imagem de circuito interno, os que não couberam nos espaços públicos do hemiciclo principal…


01-07-2003 - Depois da certeza da aprovação da Vila da Longra: Pose de conjunto do grupo de Longrinos, em frente à Assembleia da República.


Recordação da viagem a Lisboa, para presenciar a aprovação da vila… Panfleto com as rubricas autógrafas dos passageiros, assinadas com o autocarro em andamento, no regresso e enquanto eram cantadas canções dedicadas à Longra…!


Ora, há cinco anos, aconteceu, finalmente, o momento mais esperado – no primeiro dia de Julho de 2003.
O que, então, encheu as medidas emocionais logo em plenos varandins das alas públicas da Assembleia Nacional, como também na Sala do Senado, em pleno Palácio de S. Bento, em Lisboa … onde, nesse 1 de Julho, esteve representação da população da Longra, ida propositadamente em excursão levada a cabo pela Junta de Freguesia de Rande, num autocarro patrocinado pela Distrital do PSD-Porto, sob direcção do Presidente da JFR, Vítor Pedro Ribeiro, mais restantes elementos da respectiva equipa da autarquia local, Carlos Faria e César Ferreira, respectivamente secretário e tesoureiro da Junta da freguesia. E em cuja embaixada estiveram também presentes como convidados o Pároco de Rande e Sernande, Padre Manuel Joaquim Ferreira, o Presidente da Junta de Sernande, António Costa, o presidente da Assembleia de Sernande, Eugénio Costa, o presidente da Junta da Pedreira, Fernando Moreira, o Presidente da Assembleia da Pedreira, Joaquim Santos, o Presidente da Junta de Varziela, Jaime Pereira, o Presidente da Assembleia de Rande, António (Neca) Ferreira, além dos outros representantes da Assembleia de Freguesia de Rande, mais dirigentes e agentes associativos locais (entre os quais o autor do texto que serviu de base à dita aprovação e também destas linhas), um locutor da Rádio Felgueiras e jornalista do Semanário de Felgueiras, Pedro Alves, como o também então elemento directivo da RF e convicto Longrino Abílio Pedro Teixeira, entre os cerca de cinquenta “excursionistas” interessados, entre os quais inclusive, a nível particular, um representante (Cláudio Teixeira) de grupos da freguesia do Unhão. Sinal de que, entre outros exemplos, havia gente no Unhão com diferente ponto de vista da sua Junta (cuja posição foi do conhecimento público)...


Crónica evocativa…


Exemplos de missivas correspondentes, recebidas, a propósito da causa da elevação da Vila da Longra.


Entretanto, entre a grande maioria da gente que ficou na terra, mal foi conhecida a notícia, através sobretudo da imediata reportagem da Rádio Felgueiras, começaram a fazer-se ouvir altifalantes instalados na Casa do Povo, com música de ambiente, mediante pessoa que ficara expressamente com essa incumbência, tendo alastrado o interesse ao ponto de, pouco depois, conforme ficara antecipadamente também combinado, terem aparecido tocadores de bombos, sob cujo toque surgiram manifestações espontâneas de derivado ajunto popular crescente.

Dessa memorável jornada se deu conta em notas e imagens publicadas em livro, surgido poucos dias depois, onde se pôde narrar “à pressa” que: «O que se viveu lá, naquele dia, não será fácil descrever, assim do pé para a mão, só mesmo quem sentiu tudo aquilo o pode recordar na retina íntima. Fica na memória tudo o que foi vivido nesse dia, quer na viagem, durante a propositada estada na capital política do país, inclusive com a junção de Longrinos ali residentes que apareceram a conviver; como no regresso e, especialmente, na chegada à Longra pela noite dentro, onde os foguetes ribombaram como haviam estremecido de tarde os sentimentos...»


Faixa de boas-vindas, de imediato colocada a preceito, numa varanda junto ao Largo da Longra, conforme assim foi recebida a embaixada da terra logo à chegada, na noite de 1 para 2 de Julho. A qual depois foi transferida para a via pública e se manteve sobre a estrada durante algum tempo.


Instantâneo fotográfico da sessão de fogo-de-artifício, no Largo da Longra, a comemorar a ascensão da Longra, na noite de quarta-feira, dia 2 de Julho de 2003.


Bolo da festa comemorativa, distribuído por todos no final do espectáculo da noite de 4 de Julho/2003, na Casa do Povo da Longra.


Entretanto, tendo a comitiva bairrista, que fora a Lisboa, chegado ao Largo da Longra já por volta das duas horas e tal da madrugada, havendo mesmo assim sido lançados foguetes na Longra (onde até já estava colocada uma faixa alusiva, numa varanda), foi então decidido fazer-se os devidos festejos com a maior dose de foguetório no dia seguinte. Pelo que, no dia 2, quarta-feira, houve arraial popular no Largo da Longra, que meteu champanhe e distribuição de bolo na rua, culminando a noite com majestoso lançamento de foguetes de iluminação e fogo preso (com significativa soma angariada por subscrição pública, em peditório efectuado por Adalberto Ferreira).

Curiosamente na noite dessa festa popular do Largo notou-se, nesse centro que é o coração da localidade, a falta de um espaço onde o povo se possa juntar sem impedir a circulação do trânsito, depois que desapareceu o espaço central, substituído por pequena estrutura de cimento – vindo à baila velho anseio dos antigos bairristas da ancestral Associação Pró-Longra (a «compra do terreno lateral à Assembleia» antiga e actual quintal da casa do talho, para, com consequente desterro, ser possível construção de uma praça de lazer).

Cartaz de anúncio à festa programada com antecedência…


Cenário do palco (adaptado de anterior serviço no Festival de Folclore, então já com nova faixa alusiva), no espectáculo festivo da elevação da Longra, no salão da Casa do Povo.


Chegado o fim-de-semana, na noite de sexta-feira, dia 4, teve lugar uma festa organizada, mediante espectáculo, na Casa do Povo, onde desfilaram representações das quatro freguesias com área integrante da vila e foram entoadas canções e fados com letras dedicadas à Vila da Longra. Acontecendo aí, de surpresa para a maioria da população, a apresentação de livro alusivo (“Elevação da Longra a Vila”, por iniciativa própria do mesmo cunho deste texto e em edição de autor), que logo esgotou, antes mesmo do encerramento festivo em que foi distribuído bolo e servido champanhe pelos presentes que superlotaram a sala de espectáculos da Associação Casa do Povo da Longra, perante momentos de efusiva emoção e manifestações de regozijo.


Recortes de reportagens na imprensa concelhia.


Foi na verdade apoteótica a vivência desse acontecimento, nas diversas facetas concretizadas, incluindo a apresentação do livro alusivo que, sem qualquer promoção prévia, pela intenção de actualidade momentânea (numa tiragem limitada de 100 exemplares) resultou plenamente, premiando-se com tal edição os interessados que dizem sempre presente no que toca aos interesses locais.


Nessa ocasião foi colocada sobre a estrada principal, em frente ao Café Longra, uma apropriada faixa a dar boas vindas à vila da Longra, provisoriamente, enquanto se ficou à espera de colocação de placas indicativas da nova e actual categoria da Longra.


Festa da comemoração do 1º aniversário da vila – corte do bolo, no convívio realizado na mata da Quinta, em Rande.


2004 - No 1º aniversário da Vila da Longra – começo, no Largo da Longra, do 1º circuito de cicloturismo pela área da vila.


2004 – Realização da 1ª Feira da Vila da Longra, em recreação da antiga, com a finalidade de promoção a produtos e potencialidades locais, da área da vila: Dois instantâneos referentes ao sucesso dessa pioneira organização.


Passado tudo isso, importa focar o que ficou a valer através da parte burocrática, da qual, para a História, se enumera relação dos passos e ocorrências mais importantes:
Depois dos antecedentes que permitiram a oficialização do anseio, com entrada da documentação na Assembleia da República (A.R.), o processo culminou com a aprovação no Plenário Nacional no dia 1 de Julho de 2003. Tendo então sido atribuído o n.º 108 / IX ao Decreto oficial respectivo, assinado pelo Presidente da A.R. João Bosco Mota Amaral, pelo qual a mesma A R, nos termos da alínea c) do art.º 161.º da Constituição, decretou para valer como lei geral da República o artigo único: «A povoação da Longra, no concelho de Felgueiras, é elevada à categoria de vila».

Passados dias, após promulgação presidencial, assinada pelo Presidente da República Jorge Sampaio em 31 de Julho, e referendada a Lei com assinatura do Primeiro-Ministro José Manuel Durão Barroso a 8 de Agosto, seguiu-se por fim a publicação do Decreto-lei referido no Diário da República n.º 196 / 2003 da Série I-A, de 26 de Agosto, como Lei n.º 95 / 2003 - ficando oficializada a Vila da Longra, do concelho de Felgueiras e distrito do Porto.


O que se seguiu, nos anos imediatos, ainda carece de fermentar no tempo para uma historiografia completa. Contudo, do que entretanto teve tratamento publicista, a história vai sendo feita nas ocorrências da existência pública da Vila da Longra, por via da cronologia de factos salientes, entre o que tem sido patente no conhecimento público e ainda, extensivamente, em informação documental nas notícias e crónicas que de permeio tiveram já espaço nos jornais concelhios e nacionais, em suma pelo que tem acontecido.

© ARMANDO PINTO
Bibliografia: livros “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras, ed. 1997, e “Elevação da Longra a Vila”, Jul. de 2003; mais artigos diversos no jornal Semanário de Felgueiras. ©

3 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns Vila da Longra por mais um ano...
Parabéns a quem administra este blog, hoje tivemos aqui uma prova demais que evidente de quem ama a Longra, hoje tivemos aqui para alem do texto um bolo a dar os parabéns à Longra...e num outro blog que é assinado, entre outros,pelos presidentes das juntas que fazem parte da Vila, não tivemos um único post de Parabéns...melhor prova de quem gosta da Vila, nao poderia existir...Parabéns Vila da Longra

Anónimo disse...

Estas fotografias, o texto, a história guardada, tudo mais, mostram amor à Longra. Parabéns. Hurra, hurra!

Anónimo disse...

Soube-se numa festa da noite de sábado para domingo, que neste domingo dia 6 faz anos uma pessoa das que mais gosta da Longra. Nesta minha mensagem ele perceberá quem é. E desejo-lhe muitos parabéns e tudo de melhor como ele deseja para a nossa terra.