domingo, 8 de fevereiro de 2009

GILBERTO GUIMARÃES EM "GENTE NOSSA" | SEMANÁRIO DE FELGUEIRAS

Gilberto Rui Pinto Guimarães
32 anos
Trabalhador (Farmacêutico em Farmácia Comunitária) e Estudante (Medicina na UMinho)

Como é que surgiu na tua vida a licenciatura em Farmácia?
Na altura em que terminei o Secundário, em 1994, pretendia ingressar na Universidade, e não possuía na altura uma afinidade muito marcada para com nenhuma licenciatura em particular. Pretendia apenas tirar um Curso na área das Ciências Biológicas, que sempre me fascinaram, e na cidade do Porto, com a qual me identificava bastante. Assim, decidi concorrer a alguns Cursos, com os quais achava que teria uma maior ligação, tendo escolhido em 2º lugar a Licenciatura em Ciências Farmacêuticas. Em 1º lugar, ficou Medicina – não porque na altura achasse que seria a opção com a qual eu me iria sentir mais realizado, mas porque acredito que se criou o mito de que um “bom aluno” não deve perder essa oportunidade –, no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), onde acabei por não entrar, tendo Biologia e Química sido as minhas duas outras opções.

Depois desta licenciatura, segue-se a de Medicina. É realmente o que gostas?
Agora que consigo ver a área onde me insiro – a da Saúde – com mais clareza, faz todo o sentido e é sem dúvida um conhecimento que me completa. Depois de fazer a Licenciatura em Ciências Farmacêuticas e de começar a trabalhar, quer como Farmacêutico, em Farmácia Comunitária, na Farmácia Helena Freitas, na Longra, quer como docente, no Ensino Superior, no Instituto Jean Piaget, senti que o Curso de Medicina poderia complementar tudo o que já tinha aprendido e dar-me também uma nova e diferente possibilidade de futuro profissional, que, de outra forma, seria muito dificilmente concretizável. Agora que me encontro a fazê-lo, sinto-me mais motivado que nunca, não só pela boa adaptação, mas também pelo forte apoio que tenho tido por parte das pessoas que me são mais próximas.

Como tens conciliado o trabalho com os estudos?
A verdade é que não tem sido tão difícil como de início esperava. Claro que tive que abdicar de algumas coisas, tendo inclusive deixado de leccionar e começado a trabalhar em part-time na Farmácia Comunitária, mas o facto de a Dra. Helena Freitas, proprietária da Farmácia Helena Freitas onde me encontro a trabalhar, me ter dado todo o seu apoio e disponibilizado um horário muito flexível, permitiu que eu pudesse conciliar as duas coisas. Claro que ainda falta muito tempo e não será apenas com a bondade de pessoas como a da Dra. Helena Freitas que eu finalizarei esta nova etapa da minha vida. Sei que ainda tenho de passar por bastantes sacrifícios, mas estou preparado para os enfrentar.

Dentro da Medicina, tens alguma área ou especialidade predilecta?
Ainda é muito cedo para abordar esse tópico. Existem, sim, algumas áreas em que eu não pretendo ingressar. Quanto às outras, provavelmente a minha evolução em termos de estágios e “simpatia” por cada área irão determinar no futuro quais as minhas especialidades predilectas. Claro que tudo isto também estará condicionado ao facto de no final da Licenciatura termos que efectuar um exame de acesso à Especialidade, e em função da minha nota e das vagas disponíveis poder encontrar uma Especialidade de que goste.


PERFIL

O que te desanima
? Algumas pessoas.
O que te dá força? As pessoas que não me desanimam.
Quais são os teus autores preferidos? Portugueses: Fernando Pessoa, com o fantástico “Poesias de Álvaro de Campos”; e José Saramago (li poucos livros deste autor, mas adorei os que li).
Estrangeiros: Charles Dickens (o meu escritor de eleição), com o seu fabuloso “Grandes Esperanças”; Júlio Verne (todas as suas obras); Edgar Allan Poe; H. G. Wells; Bram Stoker; e Sir Arthur Conan Doyle.

Músicos? Pink Floyd (a minha banda de eleição), Mariza, Rodrigo Leão, Madredeus, U2, Cranberries, Enya, James, R.E.M., Radiohead, Dead Can Dance, Cocteau Twins, Enigma e Bruce Springsteen.

Actores? Não tenho actores preferidos, mas tenho realizadores: Irmãos Coen (“Fargo”), Peter Jackson (“O Senhor dos Anéis”), George Lucas (“A Guerra das Estrelas”), Night Sayamalan (“O Sexto Sentido”, “A Vila”, “A Senhora das Águas” e “O Acontecimento”), Danny Boyle (“Trainspotting” e “28 Dias Depois”) e Clint Eastwood (“Million Dollar Baby”, “
Flags of Our Fathers” e “Letters from Iwo Jima”).

Personagem da História que mais admiras? Leonardo da Vinci, por ter tudo o que eu mais admiro: uma enorme sapiência acerca de muita coisa.
Quem são os teus heróis na vida real? Algumas das pessoas que conheço: os meus pais, a companheira da minha vida, o meu irmão e os meus amigos.
Qual a característica mais importante num homem? Duas: a honestidade e a humildade.
E num amigo/a? Também duas: a lealdade e a sinceridade.
Qual a tua maior qualidade? A minha solicitude.
E defeito? Também a minha solicitude (defeito especialmente para mim mesmo, porque às vezes não sei dizer não).
Que talento natural gostarias de ter? Dois: Saber desenhar e pintar, e também tocar violino.
Que outra profissão, para além da tua, gostarias de experimentar? Ser pescador de alto mar (em traineiras). E ainda não perdi a esperança.
Onde gostarias de viver? Gosto muito do Porto, mas também de muitas localidades no interior de Portugal (exemplo: Ponte de Lima).
Quais as tuas férias de sonho? Uma viagem ao Peru e à Nova Zelândia.
Prato e bebida preferida? Prato: Polvo à lagareiro.
Bebida: um bom vinho tinto.
Qual a tua ideia de felicidade terrena? Não tenho. Se tivesse e a realizasse, teria que encontrar outra, mas contribuiria muito se o mundo fosse mais solidário.
Vais votar nas próximas eleições autárquicas? Sim. Voto sempre. Assim, nunca me pesa na consciência não tentar mudar o que acho que está mal.
E nas Legislativas? Sim, pelos mesmos motivos referidos nas Autárquicas.


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