Pedro Ribeiro, presidente da Junta de Freguesia de Rande, a freguesia do “coração” da Vila da Longra, considera que a Câmara de Felgueiras não fez nada por aquele centro urbano, ou melhor, anulou uma obra que estava prevista e contratualizada…
Muito se tem falado do actual mandato autárquico ao nível da escassez de apoios financeiros. Como está a ser o seu à frente da Junta de Rande?
Não está a correr bem. Não há apoios da Câmara Municipal, ao contrário do que aconteceu no mandato anterior, onde foi possível realizar obra sem discriminações. A senhora presidente da Câmara não dá ouvidos aos presidentes de Junta.
Enquanto presidente da Junta sente-se discriminado pela Câmara?
Há uma distância muito grande entre a Câmara e as Juntas. Ao contrário do que se verificou no anterior mandato, no actual temos as portas fechadas. Hoje para tratar qualquer assunto na Câmara precisamos de marcar audiência. Há uma série de entraves que complicam a vida aos presidentes de Junta. Não há diálogo nem abertura.
Isso reflecte-se na acção no terreno, ou seja, na falta de obra…
Repare neste mandato contava ter mais obra realizada, mas infelizmente não tenho. O que conseguir em termos de apoio foi um subsídio para a Capela Mortuária que é de cerca de metade do que tinha sido prometido pelo executivo anterior. Tive de andar a mendigar durante dois anos para ser atribuído este subsídio. Dá a impressão que os presidentes de Junta são os parentes pobres no processo autárquico.
Acha que a Câmara só valoriza os autarcas de freguesia quando é necessário o seu apoio em situações pontuais?
Sim. Só se dá importância por exemplo quando é preciso levar os velhinhos a Fátima, quando é preciso marcar presença nas iniciativas camarárias e na Assembleia Municipal quando é preciso votar a favor de determinadas situações.
Essa má relação com a Câmara, desmotiva-o?
Não, mas deixa-me triste. Mas se existe má relação a culpa não é das freguesias. A Câmara foi eleita tal como as Juntas e deve trabalhar em parceria com quem também foi eleito democraticamente. Mas isso não acontece. Não há diálogo nem abertura, apenas discriminação.
Não está a correr bem. Não há apoios da Câmara Municipal, ao contrário do que aconteceu no mandato anterior, onde foi possível realizar obra sem discriminações. A senhora presidente da Câmara não dá ouvidos aos presidentes de Junta.
Enquanto presidente da Junta sente-se discriminado pela Câmara?
Há uma distância muito grande entre a Câmara e as Juntas. Ao contrário do que se verificou no anterior mandato, no actual temos as portas fechadas. Hoje para tratar qualquer assunto na Câmara precisamos de marcar audiência. Há uma série de entraves que complicam a vida aos presidentes de Junta. Não há diálogo nem abertura.
Isso reflecte-se na acção no terreno, ou seja, na falta de obra…
Repare neste mandato contava ter mais obra realizada, mas infelizmente não tenho. O que conseguir em termos de apoio foi um subsídio para a Capela Mortuária que é de cerca de metade do que tinha sido prometido pelo executivo anterior. Tive de andar a mendigar durante dois anos para ser atribuído este subsídio. Dá a impressão que os presidentes de Junta são os parentes pobres no processo autárquico.
Acha que a Câmara só valoriza os autarcas de freguesia quando é necessário o seu apoio em situações pontuais?
Sim. Só se dá importância por exemplo quando é preciso levar os velhinhos a Fátima, quando é preciso marcar presença nas iniciativas camarárias e na Assembleia Municipal quando é preciso votar a favor de determinadas situações.
Essa má relação com a Câmara, desmotiva-o?
Não, mas deixa-me triste. Mas se existe má relação a culpa não é das freguesias. A Câmara foi eleita tal como as Juntas e deve trabalhar em parceria com quem também foi eleito democraticamente. Mas isso não acontece. Não há diálogo nem abertura, apenas discriminação.
"Está concluída e pronta a ser inaugurada."
A Capela Mortuária é a grande obra do actual mandato?
É uma obra que em termos de grandeza se pode definir como tal. Mas já vem do mandato anterior. Foi um investimento muito grande. Está concluída e pronta a ser inaugurada.
Que outras obras estão no seu projecto autárquico?
Temos várias obras necessárias, desde logo o saneamento básico e a água da rede pública que são obras que não se vêem mas que são extremamente necessárias para a qualidade de vida das pessoas. Embora entendo que esse investimento tem de ser feito pela Câmara que para isso vai receber apoios. Foi atribuído um plafond a cada freguesia para essa área de investimento que espero que seja cumprido. 43 mil euros não dão para levar água e saneamento onde é preciso. Obra urgente é o pavilhão gimnodesportivo prometido para Rande há muito tempo. Mas como foi aprovada a instalação de uma Escola EB 2,3 , poderá ser incluído nessa obra. Devo dizer que temos um terreno de 3000 metros oferecido por um particular para a construção de um Lar de Idosos, que esperamos ver erguido.
Rande, como freguesia central da Vila da Longra, merecia mais?
Claramente. As coisas não acontecem do dia para a noite, mas a Longra já é vila há cinco anos, por isso estou convencido que com outro executivo já teriam sido feitas mais intervenções. A senhora presidente prometeu que iria fazer da Longra uma vila moderna mas o tempo passa e agora só tem mais um ano e meio para concretizar essa promessa. Até agora a única coisa que a Câmara fez foi anular um contrato para a construção de um parque de estacionamento que deveria ter sido concluído em Setembro de 2005. De resto, não se fez mais nada.
Ou seja, o que a Câmara tem investido é manifestamente insuficiente?
Até ao momento a Câmara não fez nada pura e simplesmente na Vila da Longra. Espero que o projecto da EB 2,3 também não morra e que a senhora presidente não se esqueça de nós e que dê à Longra o que a vila merece. Faz todo sentido aqui a escola para servir as freguesias vizinhas, como Rande, Pedreira, Unhão, Pedreira, Sernande, Lordelo, parte da Refontoura e Varziela. A Escola EB 2,3 seria boa para as crianças destas freguesias e iria contribuir para que resolver problemas de sobrelotação nas outras escolas.
"Parece que há presidentes de Junta com o rabo preso"
Tem sido uma voz crítica da política municipal nomeadamente na AM. Mas nem todos os presidentes da Junta têm a mesma actuação. Acha que há medo ou receio de falar?
Alguns presidentes de Junta têm efectivamente receio de falar. A senhora presidente sabe com que presidentes de Junta pode contar para aprovar as coisas na AM. Eu como autarca sou digno e não aceito que andem a enganar a freguesia anos e anos. Mas reconheço que os presidentes de Junta que falam sem medo são apenas três ou quatro. Parece que há presidentes de Junta com o rabo preso. Sem coragem. Por mim, digo o que penso e sinto em defesa da minha freguesia sem qualquer receio. Tem de ser assim.
Mas não há união. Com união conseguem-se coisas como se viu na votação do Orçamento mas isso aconteceu apenas uma vez.
A Longra é neste momento a localidade concelhia onde se faz mais cultura e recreio. A parceria entre as Juntas da Vila e a Casa do Povo da Longra tem produzido bons resultados. É para manter?
A Associação da Casa do Povo da Longra tem feito um trabalho excelente e nós colaboramos porque só é assim é possível realizar iniciativas. Quem ganha é a Longra e nós estamos aqui para trabalhar pela nossa terra. Temos feito boas iniciativas como a Feira da Longra e o Carnaval que já é o maior do concelho. Este bom relacionamento é para manter.
Acha que há alguma inveja da Câmara decorrente deste dinamismo?
Quer-me parecer que sim. Há associações que são discriminadas nos apoios. O bolo não é dividido por partes iguais. Há colectividades que são mais acarinhadas que outras. Tenho a certeza que a Casa do Povo não é apoiada como são outras, o que é mau, porque aqui faz-se um trabalho sério e muito positivo.
Noticia - Semanário de Felgueiras
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