sexta-feira, 30 de novembro de 2007

ENTREVISTA DO PADRE MANUEL JOAQUIM AO EXPRESSO DE FELGUEIRAS

Inicialmente previa-se apenas o restauro dos altares, agora a intervenção vai ser mais abrangente

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Desde o final do mês de Outubro que a Igreja de S. Tiago de Rande, com capacidade para cerca de duzentas pessoas, está a ser alvo de obras de beneficiação. O objectivo é “não deixar morrer a igreja” e oferecer condições dignas aos paroquianos, como disse ao EXPRESSO DE FELGUEIRAS o padre de Rande, Manuel Joaquim.


“Vamos restaurar a igreja para que fique digna, acolhedora e para que as pessoas, filhas da terra, se sintam em casa e possam participar nas celebrações com dignidade, satisfação e alegria e que sintam que valeu a pena o esforço”, disse. Embora, numa primeira fase, a intenção fosse apenas o restauro dos altares, a obra vai agora contemplar também a requalificação das paredes, chão, coro e electricidade.


Tendo em conta as alterações no percurso desta obra, o pároco não revela o orçamento, já que, com o decorrer dos trabalhos, poderá surgir a necessidade de outro tipo de intervenções.


“Quando pensámos na obra, o principal objectivo era restaurar apenas os altares e tínhamos um orçamento para isso. No entanto, ao retirar os altares laterais vimos que era necessário mexer nas paredes, que a electricidade também precisava de ser alterada, já que da forma como estava podia provocar perigo para a comunidade, e, no que se refere ao coro, também estava muito estragado, com pouca segurança, embora, aparentemente, estivesse bonito, a madeira estava muito danificada”, disse.

Apesar de não querer falar no custo final, o padre Manuel Joaquim confessa que a intervenção ficará bastante dispendiosa. As verbas para o arranjo da igreja serão angariadas junto da comunidade, através da realização de várias iniciativas ao longo do ano que não vão incluir peditórios porta-a-porta.

"Neste momento não vamos fazer peditório, já que as pessoas estão a contribuir para as obras da capela mortuária, da responsabilidade de junta de freguesia. Assim, vamos fazer algumas actividades, começando, desde de logo, pelo cantar de reis, uma iniciativa habitual na paróquia.

Eu e a comissão fabriqueira temos consciência de que o dinheiro angariado não será suficiente, mas vai ser uma grande ajuda, se as pessoas nos receberem com satisfação e agrado”, frisou, acrescentando que acredita na boa-vontade dos paroquianos que têm noção da necessidade desta intervenção.

“Embora saiba o peso que vai ser custear estas obras, acredito no bom coração das pessoas, porque vêm à missa e recebem a palavra da partilha e é esta partilha que espero que chegue a cada um dos paroquianos”, lembrou. Inicialmente os trabalhos de restauro na igreja causaram críticas, por parte de alguns, comentários que o padre desvaloriza, já que, na sua opinião, o importante é “viver a fé”. “Tenho consciência que há pessoas que não concordam com esta obra, no entanto é sabido que a decisão central tem de ser tomada sempre por alguém, neste caso pelo responsável da paróquia, foi o que fiz. No entanto, acredito que no final, mesmo os que estão menos receptivos, vão gostar do trabalho, pois o importante é viver a fé dentro da casa de Deus, que é nossa casa”, esclareceu.

Embora esta seja a obra de maior envergadura enquanto pároco de Rande, Manuel Joaquim lembra que, desde Janeiro, altura em que tomou conta dos destinos daquela paróquia, já foram realizadas outras intervenções, nomeadamente na envolvente da igreja e residência paroquial, transformada, agora, em centro paroquial.

Refira-se que as obras deverão ficar concluídas em 2008. Até lá a eucaristia será celebrada no salão paroquial, onde foram criadas as condições para a realização da mesma. A primeira missa no salão, com capacidade para acolher cerca de duas centenas de fiéis, foi celebrada há cerca de três semanas. Segundo o padre, o local estava lotado, o que revela a compreensão por parte dos paroquianos.

“Para surpresa minha, o local provisório onde está a ser celebrada a eucaristia estava cheio, o que me conforta e dá força para continuar”, concluiu.

FONTE: EXPRESSO DE FELGUEIRAS

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